Da impotência

Não gosto de me sentir doente, especialmente daquele sentimento de impotência, de querer ficar boa e não conseguir e querer ter forças e não ter.

Da amizade

Não gosto do 'casal amigo' que invariavelmente todas os casais encontram no CPM ou naquelas viagens para sítios longínquos paradisíacos (vulgo Caraíbas, México ou Brasil). Quando regressam fazem jantares em casa uns dos outros e até vão dormir a casa uns dos outros, caso morem relativamente longe cá em Portugal, tipo uns em Lisboa e os outros no Porto. Quase sempre também, essa amizade acaba por não dar em nada.

Da curiosidade

Não gosto de trânsito, especialmente quando não há motivo para existir, tipo um acidente ou uma faixa cortada, quando não há explicação nenhuma a não ser que há uma grande concentração de carros. Ainda é pior do que quando há trânsito só porque as pessoas param para olhar para um carro parado na berma.

Da ansiedade

Não gosto de Domingos. É aquele dia mesmo antes do regresso ao trabalho e, na ânsia de o aproveitar bem, acabo sempre por não fazer nada, porque quero descansar, para Segunda-feira ter as energias repostas.

Da futilidade

Não gosto de reality shows e/ou novelas e de pessoas que perdem o seu tempo a falar disso, ou pessoalmente ou nos blogs. Fico sempre com a ideia que são meias burritas, para terem paciência para verem essas porcarias.

Da irracionalidade

Não gosto de aviões e de voar. Então quando vêm com aquela conversa que 'é o meio de transporte mais seguro do mundo' ainda me passo mais. Odeio mesmo e só com muitos calmantes em cima consigo não entrar em pânico.

Da saúde

Não gosto de infecções urinárias. Não são um problema grave de saúde, mas são tão incómodas... Como diz a minha médica, não mata mas mói.

Da distração

Não gosto de estar a falar com pessoas que estão agarradas ao telemóvel a mandar sms, ler o jornal ou outra coisa qualquer que as distraia, enquanto dizem 'ahamm ahamm' para tentar parecer que estão atentas ao que eu digo, quando na realidade não estão a ouvir nada.

Do dever

Não gosto da obrigação que temos em convidar pessoas para o nosso aniversário que não queríamos assim tanto que lá estivessem.

Da proximidade

Não gosto de pessoas que se sentam demasiado perto de mim (um ou dois lugares depois) no cinema, numa sala de espera, no autocarro..., quando (quase) todos os outros lugares estão vazios. Não percebo tanta necessidade de contacto humano.

Da tristeza

Não gosto de ver animais mortos na estrada logo de manhã, no caminho para o trabalho. É coisa para me deixar triste o resto do dia. Que o gatinho de hoje que infelizmente não consegui ajudar seja uma estrela no céu dos gatinhos.

Do conhecimento

Não gosto de António Lobo Antunes. Dei-lhe várias oportunidades, mas ele desperdiçou-as todas. Não gosto da escrita dele, é oficial.

Da frieza

Não gosto de pessoas que não gostam de animais nem sentem a mínima empatia por eles. Tenho sempre a ideia que são pessoas frias, calculistas, sem sentimentos. Más, numa palavra.

Do descanso

Não gosto de voltar de férias. Para além do incómodo óbvio do primeiro dia de trabalho, o que mais me chateia é ter todos os colegas a perguntarem à vez como foram as férias.